segunda-feira, 31 de maio de 2010

RELIGIOSIDADE INSTITUCIONAL

João 16.1-3:Tenho-vos dito estas coisas para que não vos escandalizeis. Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim.


Antes de entrar mais profundamente no texto é preciso entender que os princípios nele colocados são de aplicação universal. Entre os atributos alistados o Espírito Santo é mostrado como consolador, como o que convence do pecado, da justiça e do juízo e como aquele que nos guia a toda a verdade. Vantagens que não estão restritas aos primeiros discípulos. Somos igualmente beneficiados com estas atividades.Dentro do mesmo contexto Jesus fala que seriam expulsos das sinagogas, o que também se aplica aos que são consolados, convencidos e guiados pelo Consolador.
A sinagoga era a cara com a qual a estrutura religiosa da época se apresentava, que hoje se apresenta com outras caras. A mensagem de Cristo não combinava com rostos fabricados com maquiagem religiosa tão óbvia. Sabemos, no entanto, que apesar do descaramento com que os disfarces eram apresentados, a maioria das pessoas acreditavam que era assim mesmo. Um jeito para o exterior do copo e outro para o interior.
Não faltavam rituais, sacrifícios, orações, leituras da Torá, cânticos e indumentárias religiosas. Um palco armado para atrair novos mantenedores.Você já ouviu esta história antes? Ou melhor, depois e agora? Uma instituição que sobrevive das aparências só consegue ibope cultivando auditórios lotados por pessoas com pouco conhecimento bíblico. Sem conhecimento não há discernimento. Talvez seja por isto que as suas pregações sejam tão ralas e girem sempre ao redor dos mesmos temas. O que podemos constatar hoje é que as expressões de religiosidade estão cada vez mais corporativas. São, todas elas, enfeitadas por características exclusivas de suas denominações. Idiomas, gestos, posturas, modo de se cumprimentar, etc.
Eu já fui expulso de algumas comunidades do Orkut por falar coisas deste tipo. Isto equivaleria a dizer que a denominação que me sustenta exige que eu me expresse dentro de suas cartilhas, costumes e credos que a caracterizam. Todos querem ter uma marca, um procedimento padrão, uma forma de visibilidade característica, um franchaiser.
Isto me faz lembrar daquela brincadeira de criança onde todos seguiam um líder, e só permanecia no grupo aqueles que conseguiam imitá-lo. "Tudo o que o mestre mandar, faremos todos".Posso ver na Bíblia profetas sendo ameaçados, desprezados, expulsos, castigados e até mesmo assassinados só porque não gostavam desta brincadeira. Se você não quiser vestir esta camisa de força, pode esperar o mesmo tipo de rejeição que Jesus teve da parte dos religiosos da época. Este tipo de cristão é uma ameaça para as grandes corporações religiosas contemporâneas.

Quem não está dentro do sistema não é apoiado por ele. Portanto, não se espante, se alguém se sentir ofendido com a sua santidade não corporativa.


Ubirajara Crespo

quinta-feira, 27 de maio de 2010


LIBERTAS QUAE SERA TAMEN

Em 1520, o ex-monge agostiniano Martinho Lutero queimou em praça pública, em ato simbólico, a bula papal que o excomungava da Igreja Católica Romana. Esta ação de Lutero tem um significado muito importante para a igreja em todas as épocas. Antes de tudo, significa que a consciência de todos os cristãos não está cativa a instituições terrenas, nem a suas autoridades, mesmo que se proclamem os donos da verdade e sustentem que seus atos são feitos em nome de Deus, em nome de Jesus, ou na autoridade do Espírito Santo. Isto quer dizer que, individualmente, todo cristão sincero e comprometido com os valores e propósitos do reino de Deus é um sacerdote e profeta na Casa de Deus, conclusão derivada de um dos fundamentos doutrinários da Reforma – o sacerdócio universal dos crentes.

O sacerdócio universal dos crentes foi uma doutrina que Lutero e os demais Reformadores nos legaram, mas que sempre esteve implícita em toda a Escritura Sagrada e mais explícita ainda no Novo Testamento. Porém, a igreja medieval a obscurecia sob o manto das autoridades episcopais e de sua hierarquia sacerdotal. Os bispos e seus concílios se achavam acima do bem e do mal, inquestionáveis sob todos os ângulos. Os motivos da excomunhão de Lutero foram suas ousadas publicações e suas conseqüências naturais. Começou com as 95 teses contra a venda das indulgências e prosseguiu com diversos livros que conclamavam o povo cristão a se submeter somente à autoridade das Escrituras. Se Lutero não tivesse a consciência de profeta e fosse primeiro pedir licença a seus superiores hierárquicos para publicar suas obras, não seria ele o grande pivô da revolução que a História denominou de Reforma.

Por isso, todo o povo de Deus pode ser profeta. Uma das funções principais do profeta é denunciar o erro, o pecado, sem pedir licença a ninguém, mesmo se os transgressores sejam os que usam como escudo seus ofícios eclesiásticos e pomposos títulos de “ungidos do Senhor”, como se só eles o fossem. Infelizmente no meio evangélico essa tal síndrome de “ungidos do Senhor” em exclusividade vem tomando corpo por grande influência do pentecostalismo e seus afluentes. Mas nenhum cristão pode perder a visão de estar sempre alerta contra desmandos e negligências de lideranças frequentemente apenas preocupadas com a manutenção de suas vaidades, inclusive e principalmente as vaidades espirituais alimentadas pela síndrome dos “ungidos do Senhor”.

terça-feira, 25 de maio de 2010


O PASTOR ME PROIBIU DE NAMORAR!

Volta e meia recebo emails de adolescentes e jovens que compartilham que os seus pastores os proibiram de namorar. Sei de casos em que o pastor é quem escolhe com quem o rapaz ou a moça devem se relacionar em namoro. Há pouco fiquei sabendo de uma igreja cuja regra estabelecida pelo pastor é que só se pode namorar depois dos 23 anos de idade, antes disso não, e quem desobedecer a determinação pastoral comete rebeldia tornando-se passível de punição.

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? Alguns pastores definitivamente se sentem donos do rebanho. Determinar com quem o jovem vai namorar ou quando isso deve acontecer é no mínimo despótico e arbitrário.

Como já escrevi anteriormente, não sou contra as relações de namoro que um jovem possa desenvolver com uma moça. Antes pelo contrário, acredito que relações afetivas entre um rapaz e sua namorada contribuem significativamente para o desenvolvimento de uma auto-estima saudável. Sou contra sim a banalização das relações, sou contra as “ficações” que contribuem para o adoecimento da alma de nossos adolescentes, sou contra o beijar por beijar! Agora, daí proibir o namoro ou estebelecer que os jovens só podem namorar depois de determinada idade há uma grande e substancial diferença.

Lamentávelmente a questão é que boa parte dos pastores não conseguem lidar muito bem com o equilibrio e liberdade que Cristo nos outorgou, mesmo porque, para eles a proibição é o melhor meio de se precaver de problemas futuros.

Prezado amigo, diferentemente dos que se consideram donos do rebanho, acredito que proibir não é o melhor caminho no processo de edificação e consolidação na vida espiritual dos nossos jovens. Na verdade, o que eles mais precisam é de discipulado e aconselhamento cristão cuja tônica principal deve ser a vontade de Deus.

Diante do exposto, afirmo que NÃO cabe ao pastor DETERMINAR sua vontade, mas sim aconselhar suas ovelhas, permitindo com que cada uma delas tome suas decisões de forma livre e consciente. Além disso, o pastor NÃO pode IMPOR sanções, ou "castigos" disciplinares àqueles que por um motivo ou outro resolveram namorar alguém cujo líder espiritual não aprovou não quis.

Pense nisso!
Pulpito Cristão
Comentário nosso:
Além de ser uma imoralidade, acabe ferindo o direito de Livre Arbítrio, que Deus nos concedeu, e que o respeita.
Durante minha caminhada cristã já vi muitos relacionamentos destruídos, por influencia de pastores e pastoras.
O pastor decide com quem, quando e como vai ser o namoro, como se ele tivesse condição de arbitrar, ou dons de clarividência, para saber os pares perfeitos.
Na verdade a velha formula institucional, que prendia, que julgava, que condenava e executava em nome de Deus está mais viva do que nunca. Só mudou de nome, o papa não chama mais papa, chama "Apostolo", e a instituição "Evangélica".

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Existe doença hoje mais ameaçadora que a gripe suína? Sim existe. O nome dela é neopentecostalismo. Estou convencido de que esse sistema é um mal sem precedentes na igreja evangélica. Você já percebeu quantas pessoas são adeptas do neopentecostalismo? Não? Basta então olhar para os templos como estão abarrotados de pessoas enganadas pelas falsas promessas e pela falsa doutrina dessas seitas.

Porque devo me abster do neopentecostalismo?

Primeiro porque ele prega um falso Jesus que não tem poder pra livrar o homem de maldições, visto que, as campanhas milagrosas que promovem são todas voltadas para retirar encostos, quebrar maldições e forçar Deus a nos dar coisas que nos deve, é nosso por direito.

Segundo, porque ele vai além da Bíblia. Ele baseia sua doutrina e prática em parte em experiências, visões, sonhos e revelações extrabíblicas.

Terceiro, as seitas neopentecostais montaram um sistema de extorsão do povo baseado em falsas promessas e curas forjadas. Uma verdadeira lavagem cerebral que faz o pobre entregar até seu último centavo em busca de redenção.

Quarto, promove a "incorporação" da liturgia afro-brasileira nas práticas cristãs. Alguns cultos neopentecostais são verdadeiros espetáculos de transe e meninice e lembram muito um terreiro de umbanda.

Quinto, age pela teologia do medo, dizendo que existem demônios territoriais e uma geopolítica infernal que controla a terra. Mantém seus fiéis presos a instituição por conta da idéia de que se saírem da cobertura espiritual do ministério serão consumidos pelo diabo.

O neopentecostalismo é uma doença, e o evangelho de Jesus é a cura! Precisamos ensinar e pregar a verdade nas nossas igrejas, instruir o povo de Deus sobre as verdades espirituais e sobre a realidade da vida.

Chega de regressões ao útero materno, liberação de perdão a Deus, Novas revelações dos 12, campanha dos 7 reais, sabonete de arruda, caminho do sal, travessia do rio Jordão e etc... O sacrifício já foi feito e o preço foi pago na cruz por Cristo, agora só nos resta agradecê-lo servindo-o e ao próximo.

Fiquem com Deus e digam não ao neopentecostalismo.
Púlpito Cristão/ Marcio de Souza

segunda-feira, 17 de maio de 2010

MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ SOBRE:

"DENTE DE OURO"

Jornal Diário da Manhã

Goiânia, terça-feira, 1.º de dezembro de 1992



Os Dentes de Ouro





Senhor redator

Tenho acompanhado um determinado movimento no meio de algumas igrejas de Goiânia e fora daqui, especialmente Assembléia de Deus, Luz para os Povos e Comunidade Evangélica. É o caso do aparecimento dos dentes de ouro na boca de seus adeptos. Os jornais já focalizaram o assunto.

Quero afirmar que o fenômeno em primeiro lugar aconteceu na vida de Dona Guilhermina de Morais da Rocha, mãe-de-santo em Salvador, Bahia, em janeiro de 1985. O jornal A Tarde trouxe na época:"Mãe Guilhermina confessa que uma restauração em sua boca se transformou em ouro, da noite para o dia, atribuindo o milagre a Oxalá e concluiu que 3 dias depois do acontecimento, em Feira de Santana, o pai-de-santo Zé Gomide do centro 7 Caboclos, também recebeu o mesmo fenômeno com 2 dentes inteiros de ouro". O escritos baiano Sérgio Antunes de Ávila afirmou em seu livro "Fenômenos do Mundo Espiritual", à página 57, o seguinte: "Os guias espirituais advertem que não se faça divulgação do aparecimento de jaquetas, obturações e dentes de ouro, fenômeno que está se propagando em vários centros e terreiros da Bahia. Os bons espíritos afirmam que haverá uma ordem de Oxalá, o grande Maitreya de uma Nova Era, para a divulgação do fato, nas proximidades do ano 2.000 quando logo após já estaremos na Era de Aquários. Até lá várias pessoas serão agraciadas com o fenômeno, de maneira especial indivíduos voltados para a espiritualidade, que anseiam por merecedores de dons e milagres do divino. Fiéis de várias religiões serão agraciados com o especial mistério. É a preparação para o reinado do Grande Ser, que dominará o mundo com uma só religião. É o cumprimento da palavra de Jesus: E surgirá um fazendo tão grandes sinais, prodígios e maravilhas, nos fins da era" (Era de Peixes para a de Aquárius). Mas fica a advertência: Esperem a ordem de Oxalá para a sua divulgação, perto do ano 2000, com a chegada do Homem Forte, o Grande Maytreia". O livro de Sérgio Ávila foi editado em 1987.
[Maitreya: é o Messias da Nova Era. Este movimento publicou, em 25/04/82, um anúncio de página inteira em jornais de grande circulação, com os seguintes dizeres: "Cristo está agora entre nós. Ele não vem para nos julgar, porém para ajudar a humanidade e para inspirá-la. Ele é Maitreya, o educador do mundo e da nova geração humana, uma pessoa para qual existem diversos nomes: o Messias dos Judeus, o quinto Buda dos Budistas, o Mahdi dos muçulmanos e o Krishna dos Hindus. Agora ele se revelará para nos conduzir a uma nova era. Sua presença nos garante que não haverá uma terceira guerra mundial"].

O fenômeno no seio daquelas igrejas que mencionei no início da carta é a continuação do plano global para a mudança do mundo. Os crentes agraciados com o Dom não devem promover a sua divulgação, aguardem a ordem para a ampla propaganda que será efetuada em todos os lugares, no momento certo. Aqui em Goiânia, temos dezenas de espiritualistas, umbandistas que receberam os dotes de ouro em suas bocas, mas aguardam as ordens superiores para a divulgação.

Muito obrigado pela publicação. Sou leitor assíduo do Diário, jornal pelo qual tenho uma apreciação singular. Parabéns.

Atenciosamente,

Firmino Salles de Lima Albuquerque - Pai-de-santo há mais de 20 anos.






Aqui termina a citação do jornal e começa o comentário:

O fenômeno do dente de ouro têm servido para dividir os crentes. Somente isto seria motivo suficiente para crer que tal fenômeno não é de Deus, pois tudo que Deus faz, Ele faz para unir o seu povo e não para dividir. De um lado há um grupo eufórico que não têm dúvida alguma que esta manifestação seja de Deus. Do outro lado há os céticos que negam a evidência do fenômeno, procurando dar uma explicação racional.

Não negamos o fenômeno, porém não afirmamos que seja sinal divino. Cremos que tal fenômeno vêm ocorrendo, porém questionamos a sua origem. É realmente uma manifestação divina? Qual seria o propósito de Deus manifestar-se dessa forma em nossos dias? Há qualquer paralelo ou base bíblica direta para esse fenômeno? Que resultado esse fenômeno provoca na pessoa que o recebe? Orgulho espiritual do tipo "sou melhor que você porque Deus me restaurou um dos vários dentes"? Pessoas que já receberam o dente de ouro estão se considerando mais espirituais do que as outras. Igrejas que acreditam no fenômeno, como manifestação divina, têm considerado aquelas que ainda não receberam o sinal, como igrejas carnais. Isto é da vontade de Deus? Porque Deus utilizaria ouro em vez de utilizar matéria prima de sua criação, o esmalte, que foi utilizado na criação dos dentes. O dente de ouro é mais perfeito do que o de esmalte? O cego de Jericó (Lc.18:35-43) teve seu olho restaurado com matéria prima original, carne, sangue, veias, nervos, ou com vidro ou fibra ótica? Jesus não criou um óculos (que é feito de vidro) para o cego, mas restaurou-lhe os olhos. Porque Deus restauraria os dentes com ouro em vez de esmalte? Quem usa ouro são os dentistas, porque não podem recriar os dentes cariados com esmalte. Isto é obra de Deus, que tudo faz perfeito. Mas estou certo de que os próprios dentistas, caso pudessem, prefeririam fazer restaurações originais, usando esmalte ao invés do ouro ou da amálgama. Muitos dentistas examinaram alguns crentes, "agraciados" com o fenômeno, e constataram tratar-se de um fato cientificamente explicável. Muitos estão utilizando um material diferente da amálgama de prata, material este que assume coloração dourada após algum tempo na boca, por causa da ionização do organismo.

Seria esta manifestação um sinal inconfundível da manifestação de Deus? Este sinal, que se diz ser divino, pode ser realizado por Satanás? Parece que sim: "...segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça... (II Ts.2:9,10). Pode este sinal ser realizado pelos homens? Os dentistas podem fazê-lo? Como se explicam as mesmas manifestações ocorrendo entre os adeptos de seitas heréticas?

A manifestação de Deus é inconfundível, pois tudo que Deus faz é perfeito, e tem o propósito de unificar os crentes. Para aqueles que insistem na crença deste fenômeno, convém a advertência bíblica: Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles (Rm.16:17). O maior sinal da manifestação de Deus na vida dos crentes, é o fruto do Espírito (Gl.5:16-26), e este sinal Satanás não pode copiar nem imitar ou fraudar!




terça-feira, 11 de maio de 2010

Bastam as eleições se aproximarem, que se torna absolutamente comum aparecer nos arraiais evangélicos, pastores afirmando que receberam um chamado especial da parte de Deus para se candidatar a algum cargo publico. Entretanto, a história recente do Brasil nos mostra que a chegada de políticos evangélicos a cargos públicos não tem feito diferença na ética política do país, isto porque, o universo político evangélico não constitui, uma referência ética à sociedade brasileira. Basta ver que, nos últimos anos, o envolvimento da maioria dos evangélicos com a política produziu mais males do que benefícios.

Lembro que certa feita enquanto oficializava uma cerimônia fúnebre, um destes “pseudos-politicos-cristãos”, solicitou-me uma pequena oportunidade para que publicamente pudesse demonstrar sua solidariedade à família enlutada, além obviamente de falar de sua candidatura à Câmara Municipal da Cidade. Fato que obviamente não permiti.

Em época de eleição é comum receber a solicitação de inúmeros pastores, os quais em nome de “Deus”, advogam a crença de que o Todo-Poderoso os convocou a uma missão hercúlea, a qual somente eles conseguirão viabilizar. Tais cidadãos fazem uso de chavões e de frases prontas do tipo: "Somos cabeça e não cauda", “ A política brasileira precisa de homens de Deus”, e etc.

Ora, não acredito em messianismos utópicos, nem tampouco em pastores especiais, que trocaram o santo privilégio de ser pregador do evangelho eterno por um cargo público qualquer. Não estou com isso afirmando de que o crente em Jesus não pode jamais concorrer a um cargo público. Tenho convicção de que existem pessoas vocacionadas ao serviço público, as quais devem se dedicar com todo esmero a esta missão. No entanto, acredito que o fator preponderante a candidatura a um cargo qualquer, deve ser motivada pelo desejo de servir o povo e a nação, jamais fazendo do nome de Deus catapulta para sua projeção pessoal. Agora, se mesmo assim o pastor desejar candidatar-se, que deixe o pastorado, que não misture o santo ministério com o serviço público, que não barganhe a fé, nem tampouco confunda as ovelhas de Cristo com o gado marcado para o abate. Que não comercialize aqueles que o Senhor os confiou, nem tampouco se locuplete do nome de Deus a fim de atingir seus planos e objetivos.

Encerro este artigo lembrando do pastor Billy Graham que ao receber o convite para concorrer à presidência da República dos Estados Unidos da América, recusou dizendo: “Por acaso eu trocaria o Santo Ministério da Palavra de Deus por um cargo tão insignificante?”

Pois é, cara pálida. Ouso afirmar que infelizmente alguns dos nossos pastores ao contrário do Dr. Billy Grahan aceitariam o convite na hora.
Renato Vargas/Pulpito Cristão

quinta-feira, 6 de maio de 2010


Vamos preservar a unidade? Primeiro precisamos saber onde está esta unidade. Mesmo quando descobrir, cuide bem dela, este produto é perecível.... Defenda- a das heresias, dos falsos mestres, dos falsos apóstolos, dos aproveitadores e dos falsos profetas. Só podemos preservar um produto que existe.
(Pastor Ubirajara Crespo)

terça-feira, 4 de maio de 2010


Teologia da prosperidade (Confissão Positiva)


Nada tem agredido tanto o Evangelho de Cristo em nosso tempo como esta anomalia chamada Teologia da Prosperidade ou Confissão Positiva. Que em síntese prega a salvação como um meio para a prosperidade financeira. Seus expositores afirmam que o cristão verdadeiro tem o direito de exigir prosperidade nesta vida.

Ela teve seu surgimento em 1940 nos EUA com E. W. Kenyon, que desenvolveu estudos sobre o poder da mente e o poder do pensamento positivo. Mas teve maior expressão pelo mundo com Kenneth Hagin que ensinou a famosa "fórmula da fé", a qual ensina que se alguém deseja algo de Jesus, basta segui-la: 1) "Diga a coisa" positiva ou negativamente, tudo depende do indivíduo. Essa é a essência da confissão positiva. 2) "Faça a coisa". "Seus atos derrotam-no ou lhe dão vitória. 3) "Receba a coisa". A fé é o pino da tomada. Basta conectá-lo. 4) "Conte a coisa" a fim de que outros também possam crer". Segundo ele, o cristão dever usar as expressões: exijo, decreto, declaro, determino, reivindico, em lugar de dizer: peço, rogo, suplico; jamais dizer: "se for da tua vontade", pois isto destrói a fé.

No Brasil ela teve grande espaço principalmente nas Igrejas Neo-Pentecostais, que usam e abusam da auto-ajuda em sua mensagem, mas teve reflexos também nas Igrejas Pentecostais, Históricas e Católica Romana. A mesma mídia que é usada como ferramenta principal de divulgação, propaga uma abundância de absurdos que envergonham o Evangelho de Cristo.

Foi comprovado pelo IBGE que os evangélicos que mais contribuem com estas igrejas que pregam esta teologia, são os religiosos mais pobres do País. Ou seja, essa teologia na prática não funciona. Aliás, funciona apenas para seus líderes segundo Ariovaldo Ramos, que são os únicos que enriquecem. Sociólogos apontam que isto tem gerado decepção. Porque, ao contrário do prometido, muitos fiéis continuam doentes e desempregados e isso, em contraste com o enriquecimento rápido dos seus líderes.

Esta teologia tem trazido tristes conseqüências para toda a Igreja Evangélica, pois ela atinge conceitos elementares da Teologia. Dentre tantos ressaltamos os cruciais:

Conceito de Deus: Esta relação "toma lá, dá cá", entre o crente e Deus, solapa a linda relação de Pai e filho. Cria uma idéia de umdeus pequeno e manipulado, movido pelo dinheiro, como um deus pagão que está à disposição de qualquer um que o agradar e o comprar com seu dinheiro, não interessando se há relacionamento algum entre ambos.

Conceito da Palavra de Deus: Textos fora de contexto são seus pretextos, a Bíblia é usada como muleta para apoiar suas distorções. Enfatiza-se em demasiado as promessas de Deus de maneira equivocada, deixando de lado a grande mensagem de Jesus do negar a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo. Mt 16.24, e do arrependimento e conseqüente mudança radical de vida. Mt 3.2

Conceito de Adoração: É gritante a pobreza do conteúdo das letras dos cânticos evangélicos. O que seria louvor ao Deus majestoso tem sua ênfase no homem, porque hoje o meu milagre vai chegar, e eu sei que chegará minha vez, e o Deus Todo Poderoso e sua glória ficam em segundo plano.

Conceito de Oração: Orar como Jesus nos ensinou como expressão de afeto, chamá-lo de nosso Pai, descansar em sua soberania, humilhar-se diante Dele e suplicar para que se faça a sua vontade em nossa vida não levam a nada, a ordem é determinar, colocar Deus na parede e exigir que Ele responda e rápido.

Conceito de Igreja: A Casa de Deus como lugar de comunhão, abrigo para o cansado e oprimido e do serviço em prol do próximo e do Reino de Deus deu espaço a igrejas franqueadas lideradas por pastores comissionados que a tornaram num lugar puramente comercial, onde cultos obedecem à lei do aquecido mercado da fé.

Todavia não podemos afirmar que esta teologia não tenha construído nada, pois tem construído em nossas Igrejas uma geração de cristãos superficiais, e não se busca a Deus para amá-lo e servi-lo, mas apenas suas bênçãos e manifestações.

Portanto é tempo de voltar-nos para a Bíblia que nos adverte de que, “se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, são homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro. De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.ITm 6.3-11


Quem são os ungidos de Deus?

Uma palavra capciosa que tem circulado por aí nos últimos anos é “ungido”, a qual geralmente é usada junto com frases assim: “Estou sentindo a unção!” , “Ele/ela é ungido para pregar a Palavra”, ou então [“Sou um apóstolo/profeta ungido”] e outros termos igualmente melosos. Em geral, quando este termo é usado, ele quer dizer que uma “unção especial” está sendo derramada sobre determinadas pessoas. Ficamos sabendo que todos nós também podemos ter essa “unção especial”, se colocarmos em prática as verdades da Palavra de Deus, do mesmo modo como todos nós a temos recebido de Deus.

Primeiro vamos dar uma olhada na palavra “ungido” e ver se realmente existe uma “unção especial”. No Velho Testamento, a palavra “ungido” significa aplicar óleo no corpo de alguém, simbolizando que Deus escolheu essa pessoa para o serviço do Senhor. Essa pessoa foi consagrada ao Senhor. A palavra “consagrado” significa ter sido separado à parte, provido com o poder de Deus para executar o Seu serviço especial. Também significa que essa pessoa foi declarada limpa, santa e pura. Embora o homem comum seja pecador, é Deus quem consagra e por isso está escrito no Salmo 105:15: “Não toqueis os meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas”. Esses eram homens que, no contexto do Velho Testamento, Deus havia escolhido e consagrado para o Seu serviço. [Como vivemos no contexto do Novo Testamento, ou seja, no contexto gentílico, essa palavra mudou em sua significação].

Hoje em dia o que não falta é encontramos profetas/apóstolos auto-nomeados usando este verso, num esforço de auto-exaltação, de pertencer a uma classe especial de “ungidos de Deus”, dizendo que ninguém ouse questionar o que eles estão ensinando [Mesmo porque em geral eles pregam o falso Evangelho, em vez do verdadeiro, e temem ser desafiados em suas falsidades]. Esta é uma posição muito perigosa para alguém nela se colocar, acreditando ter recebido uma unção especial, uma medida extra do Espírito Santo. O profeta Joel disse: “E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito” (Joel 2:29). Isso aconteceu no Dia de Pentecoste, conforme Atos 2:16-18, e tem continuado até o dia de hoje. Deus derramou o Seu Espírito sobre toda a carne e todos os que recebem o Senhor Jesus Cristo em seus corações são batizados com o Espírito Santo e com fogo. (Mateus 3:11 e Marcos 1:8). Todos os que têm fé e são batizados em Cristo nascem de novo e se tornam novas criaturas.

Sim, Deus nomeia e coloca membros diferentes em vários lugares no corpo eclesiástico, conforme o talento de cada indivíduo; mas em parte nenhuma da Bíblia existe a sugestão de uma “unção especial” ou de uma “medida extra do Espírito Santo”, a fim de selecionar alguns no Corpo de Cristo. Sempre existirão os que desejam sentir-se especiais ou superiores e os cristãos não estão isentos disso. Este ensino apela à nossa natureza corrupta, à “soberba da vida” (1 João 2:16), contra a qual todos nós devemos lutar. Jesus nos ensina, em Filipenses 2:3: ... cada um considere os outros superiores a si mesmo”.

No Velho Testamento os sacerdotes e profetas ungidos eram os representantes temporários de Deus, provendo perdão aos pecados do povo, até o tempo em que o Sumo Sacerdote Jesus viesse, a fim de prover, sobre a cruz, o perdão definitivo de nossos pecados. Os sacerdotes e profetas eram declarados limpos, santos e puros. Do mesmo modo, todos os que estão Nele também são declarados limpos, santos e puros, pois Deus nos ensina isso em Romanos 4:2-8, com ênfase no verso 5: “Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”. Filipenses 3:9: “E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé”; Hebreus 9:12: “Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção”; Marcos 1:40-41: “E aproximou-se dele um leproso que, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo.”; Atos 10:15: “... Não faças tu comum ao que Deus purificou”.

Nesse caso, quem são hoje em dia os ungidos? 1 João 2;27: “E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis”; 2 Coríntios 1:21: “Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus...” “Não toqueis os meus ungidos” significa, portanto, não tocar em todos aqueles que receberam Jesus Cristo em seus corações. Isso deveria servir de advertência a todos os que pervertem a Palavra de Deus, a fim de alimentar o seu orgulho, querendo colocar-se acima dos ungidos de Deus, [Muitos homens auto-nomeados apóstolos/profetas são] os que, ironicamente, se apropriam desta frase, com mais freqüência, querendo intimidar o povo de Deus.

Contudo, muitos homens sinceros que pregam a Palavra de Deus jamais seriam tão ousados a ponto de se declararem ungidos/infalíveis, sendo humildes bastante para entender a depravação humana.

Observem como Deus é maravilhoso, quando declara que todos os nossos pecados são lavados no sangue do Cordeiro e que todos nós somos iguais diante dEle.Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28).

“Who Are God’s Anointed?” - Open Arms International Ministries (OAIM)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Shekina

É
normal ouvirmos em nossos cultos, congressos, seminários, a palavra “Shekiná”. Desde adolescente ouço esta palavra na igreja. Pregadores a usam com freqüência. Os “ministros do louvor” têm o hábito de usá-la. Temos até um cântico muito conhecido: “Derrama a tua “shekiná” sobre nós.

Agora pergunto: De onde tiramos a palavra “shekiná”? O que significa esta palavra? Será “shekiná” uma expressão encontrada nas Escrituras?

Começando pela última pergunta, a palavra “shekiná” não é encontrada em nenhum lugar das Escrituras! Penso que você neste momento está perplexo. Esses dias atrás, pregando em uma grande igreja aqui em São Paulo, falei sobre isto no púlpito e imagine a reação do plenário, bem como dos obreiros. Após o término do culto, várias pessoas me pararam e diziam: “Pr Marcelo, já ouvi “pregadores de renome” falar isso! Faz tantos anos que ouço todos falarem desta palavra “shekiná”, será mesmo que o sr não está enganado?

Exatamente aqui reside nosso problema. Nós ouvimos os “grandes pregadores” falarem, e aceitamos tudo. Não procuramos pesquisar, averiguar, perscrutar. Tudo o que é novidade, e é falada por alguém de “peso”, nós aceitamos e logo começamos a falar. Falta em nosso meio, cristão bereanos, que analisam a cada dia as Escrituras, para verem se está correto ( At 17.11). Notemos que era Paulo que estava pregando! Homem de cultura invulgar, conhecedor de toda lei judaica, e acima de tudo, um dos maiores pregadores que o mundo conheceu. Ora, se Paulo teve que passar no crivo dos bereanos, o que dizer de nossos pregadores? Serão estes maiores que Paulo?

Mas voltando ao assunto da palavra “shekiná”, este vocábulo não aparece na Bíblia Judaica [ Tanakh] nem no N.T, sendo uma palavra derivada da raiz hebraica -נ -כ- ש (sh-k-n), cujo significado é "habitar", "fazer morada". Se perguntarmos a qualquer irmão, o que significa esta palavra, todos dirão: "a glória de Deus, presença de Deus". Acontece que, “shekiná” não significa nada disso! O vocábulo “glória” no hebraico é “kavod” – o peso da glória de Deus.

A Shekiná, como uma idéia concreta, aparece só na literatura literatura rabínica, havendo somente "alusões" a esta presença divina, no meio do povo de Israel, na Torá, quando Deus disse ao seu povo :

וְעָשׂוּ לִי מִקְדָּשׁ וְשָׁכַנְתִּי בְּתֹוכָֽם׃: Ve Asu Li Mikdash Ve Shakhanti Betocham

- "e fareis um santuário para Mim, e habitarei no meio deles (dos israelitas)"[1];

"וְשָׁכַנְתִּי בְּתוֹךְ בְּנֵי יִשְׂרָאֵל, וְהָיִיתִי לָהֶם לֵאלֹהִים"

- "e habitarei no meio dos filhos de Israel, e serei-lhes por Deus"[2]; e

יְהוָה צְבָאֹות הַשֹּׁכֵן בְּהַר צִיֹּֽון׃

"o Eterno dos exércitos, aquele que habita em Sião"[3].


Conclusão

Vimos por meio deste singelo estudo que a palavra “shekiná” não está nas Sagradas Escrituras. Aprendemos também que “shekiná” não significa : glória, presença de Deus. Ela vem da raiz “shakhan” que significa – habitar, fazer morada. Esta idéia de “skekiná” aparece somente na literatura rabínica, onde os judeus cabalistas [4] começaram a usá-la a partir do séc XIII. Devemos estar sempre prontos a aprender e não ir além da Escritura. Foi o que Lutero disse para Erasmo: “A única diferença entre eu [ Lutero] e você [Erasmo] é que eu me coloco debaixo da autoridade das Escrituras, e você se coloca acima dela.
trans. Púlpito Cristão